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Dom

Queria tanto dons que não tenho!
Queria poder adivinhar quando você irá ligar
Para preparar o coração,
Ou quando você nem pensa em ligar
Para que eu possa me dizer, olhando para o espelho
Que sou uma pessoa de coragem e 
Assim tomar a atitude da ligação.
Queria poder prever o futuro não-muito-distante.
Para te dizer o quanto serás feliz comigo
Com toda a certeza do mundo!
Queria ter o dom de ser quem não sou
E ser o que te agrada, te fascina.
Mesmo que depois o encanto acabasse e eu voltasse ao normal,
Vai que, 
Você já estivesse irremediávelmente apaixonada por mim.
Queria ter o dom de ter.
Ter o que te agrada partilhar,
Porque o ter é para isso, para partilhar!
E sabe o que tenho? 
Só poemas velhos
E músicas de velhos para escutar junto.
Ah... tenho umas piadas sem graça pra contar
De vez em quando também!
Pena não ser suficiente.
Sabe... Queria ter o dom de ser sempre presente.
Na hora certa, 
E na incerta também...
Porque, são essas horas que preciso ganhar de ti!
Estando nas horas certas e nas incertas 
Estarei, consequentemente na tua vida.
E isso sim seria um lindo dom:
Eu e você juntos!
Fernando Martilis


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Doce

Doce é o tempo que passa
Na ânsia de um reencontro.
Doce que se faça, então,
A saudade, a vontade, a verdade
Presentes em mim,
Imaginando os doces momentos 
Compartilhados contigo:
Doces desejos, beijos doces.
Doce amor.
Sonhos.... doces,
Que sejam!
Como músicas cantadas a dois,
Como esperar um pouco mais,
Depois
Do pôr-do-sol
Pois,
Um nascer do sol com nós dois
É tão mais doce
Acompanhado de um abraço doce.
Doce cheiro da manhã,
Doce cheiro teu!
Lembranças que até trazem teu 
Doce para a minha boca,
Para enfim
Doce mesmo
Ficar o meu coração.
Fernando Martilis

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A praça.

Estou eu aqui, sentado
Nesse banco de praça.
O pensamento lá longe,
Em ninguém não!
sentado aqui, ponho-me a cantar
Um refrão ou outro,
De músicas que sempre canto,
Chego a abusar delas
Mas, volto a cantá-las depois.
Olho para o balanço das árvores
Tentando descobrir a direção do vento,
De repente a direção dele serve para mim também!
Vejo as pessoas passarem
E me vem a vontade de imitar
Os passos, os sorrisos, as falas
Mas, essa vontade logo passa também
Porque cedo ou tarde,
Num relance,
Percebo que tenho meus próprios
Passos a caminhar,
Tenho meus próprios sorrisos a manifestar,
Minha próprias músicas a compor.
Mas "pera" um pouco vai?!
Acho que posso ficar mais
Cinco minutinhos aqui
Sentado nessa praça.

Fernando Martilis