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O
tempo passou e permaneço neste mesmo lugar,
Com
os mesmos questionamentos.
Vejo
os mesmos erros sendo cometidos ou contidos
Sob
as mesmas justificativas ou desculpas.
Sim,
há diferença entre justificativas e desculpas.
Quando
magoado, você prefere ouvir desculpas ou justificativas?
Por
falar em mágoas,
Resigno-me
a uma quase dormente nostalgia
De
quando os risos eram frouxos
E
as proximidades apertadas.
Não
costumava ter essas conversas sozinho.
Não
costumava fazer planos sozinho!
Viajaríamos,
teríamos as mais belas recordações de Paris e Amsterdã.
Não
conheci Paris, não conheci Amsterdã.
Ocorre-me
interpelar aquele sujeito feliz que cruza o meu caminho
E
perguntar-lhe:
Por
qual motivo debochas de mim com sua nauseante felicidade?
Que
sujeitinho desagradável, não lhe peso maior que aquele bêbado
Encostado
na parede ali do outro lado da rua.
Ah,
quão leve me parece o viver daquele bêbado que tropeça nas próprias pernas
Logo
ali do outro lado da rua!
Maldito
pé-de-cana,
A
esta hora da manhã e já não saberia pronunciar seu próprio nome!
Que
desperdício de tempo, de vida!
Da
vida e do tempo dele.
Acho,
acho não, tenho certeza que se o interrogasse ele diria:
Bebo,
pois assim me permito sonhar!
Seria
uma boa resposta, eu daria essa resposta!
Porém,
não bebo!
Convenci-me
dessas e doutras verdades ao longo do tempo.
Nossa,
o tempo passou!
Passou
voando o tempo.
Fernando
Martilis
sexta-feira, 10 de outubro de 2014