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1ª pessoa do plural

Não seremos os roteiros com falas prontas,
Os personagens rasos, com contextos e motivações simplistas.
E, muito menos, não seremos as cenas ensaiadas e normatizadas das novelas e filmes.
Seremos o cumprimento simpático com um sorrido aberto e um olhar quase tímido.
Seremos as conversas sobre o cotidiano e as coisas da vida.
Seremos identificação, discordância e contradição.
Seremos ontem, hoje e, por quê não, amanhã?
Almoçaremos e jantaremos também, juntos.
E um dia te farei o teu doce preferido.
Pois, desejo fazer os teus dias mais doces.
E fazer do teu sorriso uma luz para os meus dias.
Seremos amadurecimento.
Seremos a felicidade de estarmos juntos.
Seremos os detalhes que, finalmente, não passarão despercebidos.
Seremos a simplicidade que reveste os mais verdadeiros e complexos vínculos.
Seremos a força que emana dos desafios.
Seremos foda!
E seremos tudo isso nos desafiando a acreditar em nós mesmos.
Dia após dia.
Mesmo quando tudo parecer desfavorável,
Seremos nós.

Fernando Martilis

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Cativado


Tenho encarado o futuro,
Olhando fundo bem dentro dos seus olhos.
As vezes ele acena pra mim,
Tentando me seduzir.
Em vão.
Futuro nenhum seduz quem fez morada no passado.

Fernando Martilis

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Expansão


Anteontem caíram dois botões da minha camisa.
Eu nutria um profundo apreço pela tal camisa preta.
Minha cor favorita!
Pensei em descartá-la.
Afinal, de que me serviria uma camisa
Se não me agasalhasse bem?
Entretanto, espantosamente, meu apreço pela camisa não diminuira.
Acontece que, dois botões a menos
E...
Tcharam!
Eu respirava melhor.
Estava menos sufocado.
A camisa preta me coubera bem num determinado padrão
Que não mais me vestia.
Me adaptei!
Não para caber,
Mas, para expandir.

Fernando Martilis

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Vicissitudes

Vamos, sem certeza mesmo,
Mas vamos.
Vambora que o presente é sabido,
Mas o futuro é uma aposta.
Que apostemos para ganhar, então.
Se não ganharmos,
Que não nos privemos de apostar novamente.
Vamos, passo-a-passo.
Precisamos ir, mais do que tudo.
Já nos despedimos da vizinhança
E da mobília velha.
O cheiro do novo nos espera.
Talvez, onde reside os nossos receios,
O sol brilhe mais forte,
As folhas da árvores sejam mais verdes
E o cantarolar da felicidade
Embale a melodia das nossas vidas.
Só saberemos, se formos.
Portanto, vamos!

Fernando Martilis