Desconfiança
E tudo mais que pudesse ajudá-lo a se proteger
Aprendera a forjar novos sorrisos, olhares e revestimentos
Percebera o quanto a volta exigira dele
Percebera que ganhou a capacidade de recriar
Caminhos nos quais nunca esteve
Explanar experiências que nunca vivera.
No frustrado retorno,
Percebera, enfim, que ele poderia ser quem bem quisesse ser
Percebera até mesmo que conseguira suprimir toda e qualquer
Imagem de frustração do percurso que fizera.
Tendo
como convite a presença do silêncio
Aproximei-me
aos pouquinhos, nunca rendi admiração ao silêncio.
Contudo
já tinha me feito presente te observando
Buscando,
talvez, algumas percepções.
Fascinado
a observar um alguém que,
De
alguma forma surpreendente,
Prendera
minha atenção
Despertando,
Misteriosamente,
O que
de melhor sempre me inspirou.
Pode-se
investir tanta verdade em um olhar?
Consequentemente,
da mesma forma que acontecera com todos os homens
Que
olharam fixamente nos olhos da sereia,
Petrifiquei
ao olhar os teus.
Nem
verdes, nem azuis.
Mas
da cor que eu preciso.
Mas,
por que preciso?
O que
te fez tão essencial de forma tão repentina?
Por
qual motivo tomas as minhas percepções desta forma?
Fazendo-me
ignorar toda e qualquer racionalidade?
Em
qualquer situação normal já teria na ponta da língua
Uma
boa resposta que me deixasse imune ao teu cativante olhar,
E
porque agora não consigo parar de gritar essas perguntas pra mim mesmo?
E
porque não me canso das nossas longas conversas?
Porque
me pego te querendo tanto e de uma forma tão simples?
Porque
tenho a sensação que minha felicidade seria mais simples e bonita com você?
Porque
determinas até mesmo as minhas preces?
O que
eu tenho pedido?!
O teu
olhar, sempre em direção ao meu.