Do percurso


Na ida
Seguiu cheio de sonhos e expectativas
Despiu-se de tudo que o amarrava
Nu de todo o medo
Sorrindo esperança
Refletia novos tempos no olhar
Quando percebeu que precisaria dar meia volta
O olhar duvidou da capacidade dos próprios pés
Em ter que descaminhar aquele imenso percurso que já tivera feito
O sorriso perdera-se no meio do caminho
Recobriu-se de insegurança
Desconfiança
E tudo mais que pudesse ajudá-lo a se proteger
Aprendera a forjar novos sorrisos, olhares e revestimentos
Percebera o quanto a volta exigira dele
Percebera que ganhou a capacidade de recriar
Caminhos nos quais nunca esteve
Explanar experiências que nunca vivera.
No frustrado retorno,
Percebera, enfim, que ele poderia ser quem bem quisesse ser
Percebera até mesmo que conseguira suprimir toda e qualquer
Imagem de frustração do percurso que fizera.

Fernando Martilis

 

 

 

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