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Liberdade

É tempo de convulsão social.
A pobreza dói,
A burrice também.
A idiotice dói no estômago,
A fome na alma.
O Deus deles está no alto das árvores
Inalcansável à fé dos humildes.
Eu mesmo nunca aprendi a escalar árvores,
Sempre escalei o cotidiano amargo, todo dia,
Descansando nas noites tenras.
A estupidez brada moralidade.
A arrogância desfila legitimação.
Uma insensata ingenuidade
Acredita
E defende
Às cegas,
Desiste da razão.
Não!
São tempos difíceis sim,
Mas não nos consumirão!
Nós comeremos eles,
Com pão e mortadela.
Alimentados de esperança,
Veremos alegria nos dias que nascem;
No sabor da cachaça,
No sexo que te acorda de madrugada,
Na lágrima que escorre no contorno do teu sorriso,
Pois,
Os tempos se sucedem
E há tempos,
Há tempos, meus amigos
Em que a liberdade alimenta os sonhos e a vida.

Fernando Martilis