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Façanhas

Eu sou forte,
Eu resisto...
E daí se a última topada tinha sido ontem?!
Se eu consegui a "façanha" de levar outra topada hoje!
Contudo, a topada de hoje só me levou pra um lugar
Que eu conheço bem...
O chão
E como conheço...
Tanto que sei exatamente como me levantar,
Conheço os atalhos pra chegar nas minhas falhas
Ali, bem na frente de novo.
E eu vou chegar...
A intenção não é cometê-las novemente...
Mas, convenhamos...
Tornou-se um conhecido e cômodo ciclo vicioso.
E assim eu lido com os meus planos, sonhos,
Metas... Sabendo que uma hora,
Haaa uma hora... Há uma hora...
Talvez!!
E se eu errar sobre o futuro?
Eu volto a sonhar..Com o que construirei,
Como serei quando velho...
Meu sonho pra velhice?
Enfim,
Ter entendido as minhas
Tais "façanhas" da juventude!!

Fernando Martilis

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Futuro do pretérito

Eu tinha um sorriso de imensa felicidade
Que era só teu, era só pra ti
E que você nunca percebeu.
E tinham tantas, tantas palavras...
Tanta coisa importante,
Que precisava ter sido dita
E que ficaram comigo,
Se perderam comigo
E nunca te acharam...
Você não sabe quantas vezes mudei o meu caminho
Somente para que cruzasse com o teu...
Andei mais, fui mais longe
E você, sequer, nunca me percebeu caminhar
Ao teu lado em momento algum.
Nunca pude falar dos teus olhos,
Como são lindos, como me atraem...
Nunca pude falar que reconheço o
Teu jeito de andar quando te vejo, ainda lá, ao longe
E que a forma como você mexe no cabelo é única...
E eu sei que você, muito provavelmente, escutará essas coisas
De um outro alguém,
Em algum momento...
Mas te juro que,
De ninguém mais, além de mim,
Essas palavras e gestos serão tão verdadeiros
E tão intensos,
De ninguém mais...
Isso porquê, ninguém mais sente e proteje
Tudo isso, todo esse querer bem, da forma como eu faço...
Aqui comigo, todos os dias, todas as horas,
Todos os momentos.

Fernando Martilis

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Da luz e da escuridão

Olha só para ti...
Não é demasiado triste viver de observar as fotos
Retratando o amor dos outros?
Compartilhar apenas das emoções, vivências
E sentimentos daqueles casais,
Não tendo as tuas próprias pra celebrar, relembrar.
Me parece como uma escuridão que tu buscastes...
Sabes bem que não construístes nada,
Que as tuas lembranças de abraços, beijos e afagos
São as que vistes nas praças, de casais verdadeiramente
Apaixonados.
Por quê tu não viveras isto...
Preferira te sabotar em todas as tuas tentativas,
Buscara aquilo que não era teu,
Quisera o que nunca terias...
E sabias disto!
Da mesma forma que
Sabias que do teu lado,
Provavelmente,
Alguma infeliz e perturbada mentalmente
Ainda te oferecia,
Algum brilho,
Alguma luz para a tua vida,
Talvez até, o brilho das estrelas,
E se fosse tu,
Não duvidaria que ela pudera...
Da mesma forma que tu optara por excluir-se
De ser feliz,
Esta provavelmente acreditara que,
Em algum momento,
Poderia te envolver, te apresentar a tal da felicidade
Que reluz, que ilumina os caminhos escuros, os teus caminhos escuros.
Mas, e agora que percebestes o quanto tudo está
Tão tenebroso ao teu redor?!
De onde virá a luz?
A tua luz?
Se nada mais quer ser teu,
Se nada mais quer estar contigo?!

Fernando Martilis