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Entre o âmago e o feitio
Entre o feitiço e a fortaleza
Entre andar e repousar
Entre alguns muitos e uma imensidão de tudo
Entre a palavra que queima e o verso que apaga incêndios
Entre o aparente furtivo e o inverso evidente
Entre a sorte de perder a hora e o azar de levantar no dia errado
Entre transparecer
Ser
Sempre forte
E se permitir fraquejar
Corriqueiramente
Entre o adeus e o até logo
Entre logo, rápido, depressa.
Entre o poço e o lago
Entre a rua das camélias e a esquina da praça norte
Entre a porta, entreaberta
Entre, sente e fique em mim
Sente-me
E, por favor, não vá embora.
Fernando Martilis
quinta-feira, 12 de novembro de 2020