Onde apertam os calos
Revela-se o tamanho da tua caminhada
Os pés doem
O coração também
A trajetória foi difícil
Ninguém percebe
Talvez, ninguém jamais compreenderá
O quanto
O tamanho
A proporção
Mas você entende
Sente na carne o calor do sol
Sente a boca seca
E a frustração de cada topada
Só você sabe das nuances
E dos contornos
Que ilustram o teu caminhar
Essa pausa é necessária
Esse hiato é um elo
Os calos precisam sarar
E o coração recuperar o fôlego
O corpo precisa de água
E a vida precisa de pausa
Até porquê
Daqui a pouco, com o rosto lavado
A própria vida te coloca de novo
Na caminhada.

Fernando Martilis