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Quando chegarmos em casa

 Quando chegarmos em casa

Haverá um xícara de café e outra de achocolatado

Quando chegarmos em casa

O mundo se fará nuvem branca

E haverá sinos tocando


Quando chegarmos em casa

As dores e as dúvidas poderão cessar

Haverá uma mão para cuidar dos teus arranhões

Será um norte para as dúvidas que nos afligiam

Haverá acalanto para nós dois

Quando chegarmos em casa


Seremos nós

Desatados

E Atados

Ao pouso

Que se fará repouso 

Nos nossos braços

Nos nossos abraços

Nos nossos cheiros

Que nos transportam para casa


A partir de um beijo improvável

A partir dos doces mal repartidos

De um jeito que ninguém explica

Muito menos Freud

Deus, talvez?

Seríamos felizes

Se não chegássemos em casa?


Seremos casa

Nós dois

Abrigo que encontrou os perdidos

Pedidos que se concretizaram

E edificaram

A casa

Que seremos um para o outro


A morada quando a chuva vier

O aconchego que dissipará o medo do escuro

Pois estaremos em casa

Juntos. 


Fernando Martilis


À Sofia e Jardeson: 

Moradas que se abrigaram

Se transformaram em amor

E serão casa um para o outro

Pra sempre!