A partir de "Chão de giz".


Só não me sinto mais só
Quando vez ou outra
Fico a olhar nossas fotos,
As que não tive coragem de rasgar ou queimar.
Me vem a cabeça nesse momento
Tantos outros momentos,
Que desatento só os vivi mesmo na lembrança
Ou nos sonhos.
Queria mesmo era ser desatento
De ti.
Colocar numa dispensa
Onde se depositam coisas velhas
E lá esquecer-te como um antigo patins
E como bilhetes que as letras já se apagaram.
Isso porque, já tentei de tudo,
Tudo para ficar perto de você.
Porém, o teu perto é diferente do meu,
Eu não sou um momento, eu sou um pôr-do-sol.
Eu não sou um beijo só, eu sou um beijo e um abraço.
Tudo de mim vai com um pouco de mim.
Quando, eventualmente, o desejo me toma,
Me toma também a vontade de te encontrar...
Mas, dando risos comigo mesmo, me ponho louco
Por perceber que o coração de um general de guerra
Jamais me compreenderá,
Não sem roupa.
Pior é que o tempo passa
E que eu não tenho passado com ele!
Talvez seja hora de mudar de casa
Esquecendo algumas coisas antigas na dispensa.
Na realidade não sou mais a criança que só sou com você
Mas, você não precisa saber disso.
Por hora, saiba apenas que...
Seguirei conselhos de Quintana
Sobre jardins e borboletas.

Fortaleza, 19 de junho de 2011.
Forte abraço, cherry.
Fernando Martilis

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