Ricardo e as reticências.

Ahh, a vida! A vida sempre encontra uma forma interessante de me passar ensinamentos a longo prazo.
Hoje, com vinte e dois anos, quando paro pra pensar na vida, só consigo chegar a uma conclusão:
Reticências...
O que isso quer dizer?
Não espero! As expectativas continuam sendo minhas vilãs, e olhe que eu aprendi a ter uma serenidade incomum em pessoas ansiosas... Uma calma que é fruto de algumas topadas, medos, e aquele sentimento de que, se não foi é porque não tinha que ser.
Bem... Da última vez que nos falamos, eu e você que me lê, eu não estava, exatamente, cheio de energia!
Acontece que, sexo continuou sendo uma questão complicada, e outras falhas vieram, até eu descobrir a principal pegadinha que a vida me fez...
Eu só conseguiria ter minha primeira relação sexual, e as outras que viriam... Se existisse sentimento envolvido na relação... A verdade é que nunca conseguirei fazer sexo... A vida só me proporcionou fazer amor!
Idiota? Romântico?
A lista dos "adjetivos" que me atribui, e que ganhei, superam a lista de políticos corruptos no Brasil.

Assim sendo, eu devo ter amado de verdade para ter feito tal descoberta certo?
Exatamente... Amei, uma vez, duas vezes... Descobri que o amor é plural... Amores!
E me orgulho disso... Um dia, ao avaliar minha vida, vou lembrar que vivi as coisas de uma forma diferente.
De certo que, nem sempre por escolha!
Senti muito a falta de grandes noitadas, farras, relacionamentos ocasionais... Essas experiências que todo mundo vive.
Mas sempre senti que meu jeito de amar era diferente, e que isso tinha um próposito.
Ainda tive minha "fase adolescente" com rosto adulto, dando muita evasão aos impulsos, porém fui acalmando e esperando por algo que fosse realmente bom... E ela apareceu... Amanda!
Para falar de Amanda... Tenho que citar aqui uma música, reforçando o quanto as músicas têm sido plano de fundo para as minhas vivências.
A música é: Tão Bem do Lulu Santos.
"E ela me faz tão bem
Que eu também quero
Fazer isso por ela..."
Amanda, como ela mesmo diria, soube explorar minhas potencialidades. Me deu vontade de ser alguém melhor.
Com ela, senti que podia gostar de alguém de verdade.
Me via abrindo mão de certas coisas que jamais abriria...
Por quê amor tem um pouco disso sabe?! Saber abrir mão!
E vivi, Amanda me fez viver, sentir grandes sensações... Porquê nos privamos de grandes sentimentos, uma espécie de medo burro, que eu não sentia com Amanda.
Me sentia capaz, de fazê-la feliz!
Como diz a música... O desejo de estar bem era mais forte, era supremo.
E estivemos bem por muito tempo... Com Amanda tive minha primeira vez, e muitas outras primeiras vezes.
Tudo era tão bom, como da primeira vez...
Mas, tivemos em algum momento, que colocar reticências na nossa histórias... A vida pede reticências as vezes!
Essas reticências me fizeram o que sou hoje, me transformaram... Me moldaram!
Hoje, eu tenho um nome e uma personalidade que não aceitam estar no diminutivo.
Me permito tentar, três vezes ao menos! Essa coisa com número três, passou a fazer parde de mim... Me vejo fora da omissão e não pisando na insistência abusiva.
Minhas histórias de amor ainda são naquele contexto de idas e vindas. Mas aprendi o ritmo disso, eu meio que já sei a hora certa da volta,  e não vou mentir que adoro brincar com isso!
Morro de medo declarações até hoje... Cartas então... Jamais!
Tento não elaborar nada, objetividade sempre! Ganho tempo, ganho vida, ganho possibilidades.
Flores eu descobri que não têm exatamente o mesmo efeito na vida real que têm nas novelas e filmes.
Meu jeito desastrado de ser, por incrível que possa parecer, me aponta caminhos novos,
Caminhos que eu não conseguiria ver por conta própria... E querem saber?! O amor é um pouco desastrado mesmo...
Tropeça, caí, esbarra, toma a direção errada, mas torna tua vida muito mais gostosa de ser vivida!
A tal da necessidade de estar apaixonado que era tão recorrente em mim... Se tornou uma opção.
Uma opção de viver ou não grandes sentimentos, de querer ou não ser fiel por alguém... De querer ser o bem para alguém que me faz bem.

E assim não terminam essas narrações, continuam... Como a vida, cheia de surpresas, cheia de medos, de sonhos, de possibilidades, de amores, de traumas, de amores de novo, de transformações...
Cheia de reticências...
Fernando Martilis

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