Proventos

E eu... Que só te querias
Somente quisera que fossemos uma soma
Dois, antes e depois
E agora...
Não somos nada,
Tu menina, não sendo nada
Me tornartes também um nada!
Mas sabias disto,
Escolhetes isto...
Quando eu só querias que fostes tudo,
Toda... Minha...
Gozado, não te pareces que,
Quando mais queremos algo,
Mais este algo,
Divide-se e nos apresenta cada vez
De forma mais fracionada...
E foi assim...
Enquanto te querias aqui
Tu estavas lá, ali, acolá...
Subtraindo nossos momentos,
Nossos beijos,
Transformando o "nosso" em meu....
Deixando-me tendo que multiplicar o pouco,
O teu pouco,
O pouco carinho, o pouco sentimento,
Tão pouco que logo transformou-se no vazio que aqui existe.
E eu que só te querias...
Sem contas, sem saldos, sem nadas.

Fernando Martilis

2 perceberam algo:

  1. Tammy disse...:

    Esses versos tocaram-me de modo profundo.
    Tão intensos e reais.
    Parece que vi toda a cena,
    desde o início ao seu fim,
    a doce menina dissipando-se no vazio.
    As poesias mais belas são aquelas que tem a proeza de tocarem o nosso âmago.
    Os versos mais bonitos são aqueles que se equiparam com espelhos, quando os lemos vemos o nosso reflexo, os nossos sentimentos, a nossa história, revivida por um alguém que nunca soube de nossa existência.
    Gostei muito!
    Abraço.

  1. Obrigado.... De verdade! Muito bom saber que você gostou ^^

Postar um comentário