Do que não se sabe


Ahh... Bem que pudera mesmo
Desenhar -me
À fina e superficial descrição,
Partindo de pobres diálogos
E atos isolados.
Porém, digo-lhe que
Poderias falar do que eu era,
Entretanto não detêm de propriedade
Para dizeres o sujeito que tornei-me hoje.
Talvez, soubesse do que eu fizera outrora
Todavia, de forma alguma saberás dizer
O que, de fato, desejo fazer agora!
Suponho que,
Ousará cogitar o que eu sentira
Contudo, minha cara,
Do que eu sinto, nem eu mesmo, por vezes,
Sei do que se trata...
Convenhamos que é tolice desprezarmos
A totalidade e a complexidade que nos define
E apegar-nos a meros e passageiros detalhes.
Caso, tivesses debruçado teu olhar sobre mim
Da maneira mais singela possível,
Terias conseguido, quem sabe, até mesmo
Enxergar atráves de toda a superficialidade plantada
Tornando-te, assim, passível
Da intensidade que me move,
Do tempo que comove-me,
Da angústia ou da felicidade
Que esperam-me após o breve instante de viver...
E quem sabe,
Quem sabe?!
Terias vivido tantos desses instantes comigo.
Fernando Martilis

1 perceberam algo:

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